sexta-feira, 13 de julho de 2012


A perna-de pau, caminhando sobre as águas.

O Jardim Romano sofreu durante dez anos com recorrentes enchentes. As águas fizeram com que os moradores erguem-se uma arquitetura de sobrevivência. As casas foram se verticalizando através dos sobrados e lajes. Quando as águas vinham era comum se ouvir: Bota pra laje. Mantimentos, móveis, eletrodomésticos e homens subiam para as lajes. Lá de cima ver a lua refletida na rua rio... A água espelhava  a memória. Assim, o ateliê de criação visa construir uma dramaturgia sensorial a partir desse dialogo com a arquitetura do bairro. É de cima... É no desequilibrio que busca-se o eixo para andar sobre as águas. Os homens de cima e os peixes embaixo nadando pelas ruas. A vida ergueu-se. A cabeça se ergue para (re)visitar esta memória.

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