Ateliês de Criação 2012

Os ateliês de criação são oferecidos aos moradores do bairro Jardim Romano através do Programa VAI.


   A partir do PROGRAMA VAI, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, conseguimos alugar um espaço para desenvolver os ateliês de criação, territórios poéticos nos quais o entrecruzamento dos artistas e da comunidade estão atrelados a uma prática artístico-pedagógica, que buscam um diálogo através da poesia com os moradores do Jardim Romano. Cada ateliê será ministrado por um oficineiro que terá de um a dois monitores (integrantes da Cia. Geração da Arte). A proposta é que os monitores possam mergulhar no processo de criação, à medida em que compreendem os mecanismos artístico-pedagógicos que possibilitam a fruição da poesia e da realidade.

                 Memória e Narrativa, construindo narrativas sonoro-literárias:
O trabalho nesse ateliê consiste em uma (re)construção poética e sonora dos fatos narrados e compartilhados pelos moradores em rodas de histórias e jogos teatrais tendo a água como meio interlocutor das histórias. A ideia do ateliê é utilizar a memória individual e social como um meio de construção poética e construir um espaço de escuta e de percepção do outro através da poesia dos sons e de seu espelhamento; um espaço de alteridade se apresenta, pois, como proposta metodológica para construção de afetos através do encontro entre artistas e moradores. Junto deste núcleo se encontra o trabalho de construção de um experimento sonoro dessa memória das águas e de elaboração de um livreto de memórias narrativas, que serão ilustradas com os grafites de Ignoto (grafiteiro do bairro)




Caminhando nas águas – perna de pau:
O ateliê verticaliza-se na experiência do corpo e das casas que precisaram suspender todos os objetos para que não fossem levados pela água. Essa metáfora da suspensão dos eletrodomésticos e dos móveis e da rápida construção de sobrados reflete a busca que a perna de pau percorre em cena. Qual o corpo poético do Romano? Quais as corporeidades daqueles que habitaram as águas durante três meses? Como essa memória afeta o corpo?  Estas são perguntas que norteiam a ideia do ateliê na busca de uma expressão poética do corpo. Este ateliê gerará como materialidade experimentos cênicos com a perna de pau em que a água é o elemento detonador para a construção de uma dramaturgia fabular que tem nos fatos reais da enchente um detonador da construção de um inventário de sensações e imagens que percorrem o imaginário do Jardim Romano.



                       Memória Visual, as paredes tatuadas:
O ateliê terá como eixo a interlocução direta com a arte produzida no Jardim Romano através da orientação de Ignoto, grafiteiro residente no bairro. Através do traço do grafite, da ação nas paredes do Romano e das sucatas recolhidas, os moradores e artistas dialogarão com o tecido urbano de forma a construir uma apropriação desse tecido através da arte nas paredes. A ideia desse ateliê é de transpor para o grafite e as sucatas as narrativas recolhidas e trabalhadas no ateliê de Memória e Narrativa.




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