Os ateliês de criação são oferecidos aos moradores do bairro Jardim Romano através do Programa VAI.
A partir do PROGRAMA VAI, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, conseguimos alugar um espaço para desenvolver os ateliês de criação, territórios poéticos nos quais o entrecruzamento dos artistas e da comunidade estão atrelados a uma prática artístico-pedagógica, que buscam um diálogo através da poesia com os moradores do Jardim Romano. Cada ateliê será ministrado por um oficineiro que terá de um a dois monitores (integrantes da Cia. Geração da Arte). A proposta é que os monitores possam mergulhar no processo de criação, à medida em que compreendem os mecanismos artístico-pedagógicos que possibilitam a fruição da poesia e da realidade.
Memória e Narrativa, construindo narrativas sonoro-literárias:
O trabalho nesse ateliê consiste em uma (re)construção poética e sonora dos fatos
narrados e compartilhados pelos moradores em rodas de histórias e jogos
teatrais tendo a água como meio interlocutor das histórias. A ideia do ateliê é
utilizar a memória individual e social como um meio de construção poética e
construir um espaço de escuta e de percepção do outro através da poesia dos
sons e de seu espelhamento; um espaço de alteridade se apresenta, pois, como
proposta metodológica para construção de afetos através do encontro entre
artistas e moradores. Junto deste núcleo se encontra o trabalho de construção
de um experimento sonoro dessa memória das águas e de elaboração de um livreto
de memórias narrativas, que serão ilustradas com os grafites de Ignoto
(grafiteiro do bairro)
Caminhando nas águas – perna de pau:
Caminhando nas águas – perna de pau:
O
ateliê verticaliza-se na experiência do corpo e das casas que precisaram
suspender todos os objetos para que não fossem levados pela água. Essa metáfora
da suspensão dos eletrodomésticos e dos móveis e da rápida construção de sobrados
reflete a busca que a perna de pau percorre em cena. Qual o corpo poético
do Romano? Quais as corporeidades daqueles que habitaram as águas durante três
meses? Como essa memória afeta o corpo? Estas são perguntas que norteiam a ideia do
ateliê na busca de uma expressão poética do corpo. Este ateliê gerará como
materialidade experimentos cênicos com a perna de pau em que a água é o
elemento detonador para a construção de uma dramaturgia fabular que tem nos
fatos reais da enchente um detonador da construção de um inventário de
sensações e imagens que percorrem o imaginário do Jardim Romano.
Memória Visual, as paredes tatuadas:
O
ateliê terá como eixo a interlocução direta com a arte produzida no Jardim
Romano através da orientação de Ignoto, grafiteiro residente no bairro. Através
do traço do grafite, da ação nas paredes do Romano e das sucatas recolhidas, os
moradores e artistas dialogarão com o tecido urbano de forma a construir uma
apropriação desse tecido através da arte nas paredes. A ideia desse ateliê é de
transpor para o grafite e as sucatas as narrativas recolhidas e trabalhadas no
ateliê de Memória e Narrativa.
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