terça-feira, 25 de setembro de 2012

Textos construídos a partir da provocação da BOTA - Ateliê Memória e Narrativa


A: Óh, Bota! Livrai-nos de toda a penúria da lama.
    Faça a gente poder atravessar a rua e chegar em nossa cama.
    Estamos cansados e de limpo ninguém nos chama.
    Caiba no meu pé, por essa vez,
    e prometo lhe guardar de vez.
BOTA: Mas quanta admiração, meu caro... irmão!
            Chega dessa rima, porque comigo ninguém mais brinca.
            Não sou bola, copo descartável, elástico, tampouco esmola.
            Trouxeram pra cá eu, meus tios, irmãos e pai,
            mas deixaram minha mãe para trás.
            Tiraram fotos de frente, de lado, num fundo azul que nada combinava.
            E me perguntaram se eu gostava?
A: E, Bota, tu fala?
BOTA: Shiiiu! Você é 38 e eu sou 36.
            Chega! Vá atrás de outro freguês.
  ANA CAROLINA MARINHO






A bota
A bota anda, a bota pula.
E a vida da bota, qual será?
A bota tem vida, será?
A bota anda, entra na água,
nada e nem sei onde ela foi
parar.
A bota que eu usei, a bota que
eu vou usar, não é a mesma
que na água eu fui entrar.
Bota que bota, bota para lá
e bota para cá, a bota vem e
a bota que vai.
 KELI ANDRADE





A Diane afundou, por deixar ela afundar,
Foi por causa da bota que não pode andar.
Se eu fosse um peixinho e soubesse nadar,
Eu tirava a bota e começava a remar.

O Wemerson afundou, por deixar ele afundar,
Foi por causa da bota que não soube voltar.
Se eu fosse um peixinho e soubesse nadar,
Eu ajudava o Wemerson, a bota tirar.

A Carol afundou, por deixar ela afundar,
Foi por causa da bota que não pode acalmar.
Se eu fosse um peixinho e soubesse nadar,
Eu fazia a bota começar a pular.

A Recy afundou, por deixar ela afundar,
Foi por causa da bota que começou a afogar.
Se eu fosse um peixinho e soubesse nadar,
Eu catava essa bota e jogava pro ar.

A Kelly afundou, por deixar ela afundar,
Foi por causa da bota que não pode parar.
Se eu fosse um peixinho e soubesse nadar,
Eu ensinava a bota a por-se a respirar.

O Marco afundou, por deixar ele afundar,
Foi por causa da bota que o fez atolar.
Se eu fosse um peixinho e soubesse nadar,
Eu ajudava o Marco a bota arrastar.

Siriri pra cá, siriri pra lá
A Duda chegou e quer brincar.

Siriri pra cá, siriri pra lá
A Edrellyn viu e quer se juntar.

Siriri pra cá, siriri pra lá
Mayra tá aqui e quer acompanhar.

Siriri pra cá, siriri pra lá
O peixe tá vivo e vai pular!

 MARINA MORENA

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